reconhecido como o Pai do Kung Fu no Brasil. Sua chegada ao país, em 1960, marcou o início de uma jornada que transformou a vida de muitos e solidificou a prática dessa arte marcial milenar em solo brasileiro. Aqui, ele compartilha suas experiências, desafios e a paixão que o moveu a difundir o Kung Fu.

Pergunta: Mestre Chan, conte-nos sobre sua chegada ao Brasil e os primeiros passos na difusão do Kung Fu.

Mestre Chan: Cheguei ao Brasil em 11 de abril de 1960, um jovem de 24 anos vindo de Hong Kong, carregando comigo a rica tradição do Kung Fu. Naquela época, o Brasil era um território desconhecido para essa arte marcial. Comecei ensinando a poucos alunos em São Paulo, sem imaginar que, décadas depois, o Kung Fu se tornaria tão popular no país.

Pergunta: Como foi sua adaptação ao Brasil e quais foram os principais desafios que enfrentou ao introduzir o Kung Fu?

Mestre Chan: A adaptação foi desafiadora. Cheguei sem a família, em meio à diáspora chinesa dos anos 50. São Paulo, na época, era um lugar vibrante, mas ainda desconhecia o Kung Fu. Tive que superar a barreira da língua e o ceticismo inicial das pessoas. Muitos viam o Kung Fu apenas como cenas de filmes, sem entender sua profundidade e disciplina.

Pergunta: Em que momento você percebeu que o Kung Fu havia começado a ganhar espaço e reconhecimento no Brasil?

Mestre Chan: Foi uma progressão gradual. No início, meu grupo de alunos era pequeno, mas dedicado. Através de demonstrações públicas e competições, as pessoas começaram a ver o valor do Kung Fu. A mídia também teve um papel importante na divulgação. Lembro-me de uma demonstração em um parque que atraiu centenas de curiosos. Foi um ponto de virada.

Pergunta: Qual é a importância do Kung Fu em sua vida e o que ele representa para você?

Mestre Chan: O Kung Fu é mais do que uma arte marcial; é um modo de vida. Envolve disciplina, respeito e equilíbrio. Para mim, é a fusão de corpo e mente. Ensinar Kung Fu no Brasil me deu propósito e a oportunidade de impactar a vida de muitos jovens, ajudando-os a encontrar um caminho de disciplina e autoconhecimento.

Pergunta: Como você vê o futuro do Kung Fu no Brasil e sua continuidade?

Mestre Chan: Estou muito otimista. O Kung Fu no Brasil tem uma base sólida agora, com muitos instrutores dedicados e alunos apaixonados. Acredito que as novas gerações continuarão a expandir e aprimorar essa arte. Meu desejo é que o Kung Fu continue a ser uma ferramenta para desenvolvimento pessoal e cultural no país.

Pergunta: Qual é a mensagem que você gostaria de deixar para os praticantes de Kung Fu e seus seguidores no Brasil?

Mestre Chan: Nunca desistam. O caminho do Kung Fu é longo e cheio de desafios, mas a recompensa é imensa. Mantenham-se dedicados, respeitem seus mestres e sempre busquem o aperfeiçoamento. Lembrem-se de que o Kung Fu é mais do que uma técnica de combate; é um caminho para a vida.

A história de Mestre Chan Kwok Wai é uma inspiração para todos os praticantes de artes marciais e para aqueles que buscam superar desafios através da disciplina e do respeito. Sua jornada desde Guangdong até São Paulo é um testemunho do poder transformador do Kung Fu, que continua a florescer no Brasil graças à sua dedicação e paixão.